terça-feira, 2 de junho de 2015

Uma verdade sobre a verdade


O papel de quem crê na verdade não é de agir como se ela fosse sua propriedade exclusiva. A propósito, quando alguém conhece a verdade e a aceita, passa a pertencer a ela, como todos os outros que o mesmo fazem, e não o contrário. Dito isso, não, aquele que pertence à verdade não deve tentar impor ou obrigar outros a conhecê-la, a pertencer ao que ele já conhece. Esse pode desejar para aqueles a quem ama, que também a encontrem; ele pode transmitir a beleza e benefício da liberdade que há em viver a verdade em seus atos; ele pode até oferecê-la, afinal, tudo quanto provamos de bom, queremos que outros também provem; mas não se pode, jamais, enfiá-la goela de alguém abaixo. Devo lembrar que aquele que é a verdade, e também o caminho e a vida para os que creem, pelo qual são libertos aqueles que a conhecem, nunca fez mais do que apresentá-la, gentilmente, amorosamente, pacientemente, com seus gestos e suas palavras. Nem todos aceitaram-na. Nem todos deram atenção. Nem todos gostaram da ideia. Inclusive, alguns até conspiraram para que a verdade fosse vista como uma mentira. Assim o foi e assim tem sido. E diante dos fatos e exemplos vividos humildemente pela própria verdade, aqueles que são sua comunidade, que já o encontraram, que buscam por conhecê-lo cada vez mais íntimo, não devem agir como se tudo ao redor tivesse que ser dominado por essa verdade. Não é e, sinto informar, não será. É justamente porque a verdade existe, que sabemos a respeito da liberdade que todos têm até mesmo para rejeitá-la. Livre-arbítrio, esse que dá o direito de escolha, as quais geram consequências que terão de ser encaradas um dia, seja no juízo, seja nos altos e baixos da vida, seja enxergando que o caminho pelo qual está indo não chegará em um bom lugar. As pessoas são livres para pensar, livres para sentir, livres para escolher. E aquele que conhece a verdade não pode, de maneira alguma, anular o seu conhecimento agindo como se esses merecessem menos do seu amor, menos do amor daquele que o é. A verdade veio para todos. O amor veio para todos. Sem exceções. Sem distinções. Ao que sabemos, pelo agora. O depois daqui não pertence a nenhum de nós. Então, aos conhecedores, libertos, 'do caminho certo', eis aqui um conselho: AME! Transmita a verdade amando. O restante não é com você, e sim com aquele a quem você crê que pertence.

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